PROEJA – EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Esse Blog foi criado a partir das proposições da disciplina Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação Profissional da Pós-Graduação em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos – Proeja. Essa pós-graduação é oferecida pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - IFES em parceria com as Prefeituras e o Governo Federal.

Todas as postagens têm como intuito refletir criticamente sobre a realidade da escola pública na perspectiva da formação profissional, lançando mão, para tanto, de imagens e textos sobre trabalho, os trabalhadores e a escola.

Breve apresentação das criadoras do Blog:

LARISSA LOPES REIS DO NASCIMENTO

· Formada em Pedagogia pela Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, na modalidade à Distância, Pós-graduanda em Gestão Pública no âmbito Escolar, atua desde 2006 no Programa Nacional de Inclusão de Jovens - PROJOVEM URBANO, no município de Vitória.


SILVANA DALLAPÍCULA RAMOS

· Formada em Pedagogia pela Universidade Norte do Paraná, Pós-graduanda em Gestão Pública no âmbito Escolar e em Educação Infantil. Professora, a 15 anos, das séries iniciais e Pedagoga na modalidade Educação de Jovens e Adultos, pelo Estado.


TANIA TESSINARI MIRANDA

· Formada em Pedagogia e com Mestrado em Educação, ambos pela Universidade Federal do Espírito Santo, atua desde 2008 na Coordenação Pedagógica do Programa Nacional de Inclusão de Jovens - Projovem Urbano, no município de Vitória.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Síntese do Artigo de Ciavatta.

Trabalho como princípio educativo na sociedade contemporânea

Maria Ciavatta

É com base na afirmação de que a concepção dialética tem por princípio o movimento de transformação de todas as coisas, “o ser é e não é ao mesmo tempo”, porque se transforma que a autora desenvolve a introdução de seu artigo, trazendo algumas reflexões preliminares sobre o trabalho e como cada indivíduo assume diferentes papéis nessa dialética e como desempenhamos nossas tarefas/trabalhos diárias em diferentes situações e contextos.

Assim, não poderia deixar de apresentar o processo de transformação mútua existente na relação homem-natureza no qual o ser humano ao produzir os bens de que necessita para viver, aperfeiçoa a si mesmo, gerando conhecimentos, padrões culturais, relacionando-se com os demais e constituindo a vida social. Dessa forma, o trabalho existirá enquanto o homem existir, visto ser atividade fundamental da vida humana. O que muda, portanto, são: a natureza, as formas, os instrumentos, as apropriações do produto e as relações de trabalho.

Ciavatta apresenta ainda duas vertentes contraditórias em relação ao trabalho que se encontram impregnadas na cultura de nossa sociedade. Uma vertente com origem no pensamento religioso para o qual o trabalho dignifica, valoriza e enobrece o homem, além de disciplinar o corpo e elevar seu espírito. A outra vertente contraditória à primeira, portanto, diz respeito às condições de trabalho que são de privação na vida pessoal, na vida familiar e nas demais instâncias da vida social. Assim o trabalho pode ser ou não educativo dependendo das condições em que se processa.

No tópico intitulado: O trabalho na sociedade capitalista, a autora instiga-nos perguntando: o que é o trabalho? Retorna à relação homem-natureza de forma a indicar o trabalho como fundamento da produção material e espiritual do ser humano para sua sobrevivência e reprodução. Fundamentos estes, também, de direitos civis ou individuais, de direitos políticos e de direitos sociais que garantem o bem-estar econômico, o trabalho, a moradia, a saúde, a educação, os serviços sociais, etc.

Ciavatta faz denúncia ao afirmar que em nossa sociedade presenciamos não o compromisso básico e fundamental com esses direitos, não o compromisso com o homem ou com a criança. Para ela, o sujeito das relações sociais em uma sociedade capitalista não é o homem, é o mercado, é o capital.

A autora traz como ponto originário desse contexto social capitalista de trabalho os modelos taylorista, fordista e toyotista de produção. Modelos pelos quais o processo de trabalho coletivo passa por divisões das tarefas cada vez mais parciais e simplificadas. No entanto, Ciavatta não se prende apenas às questões industriais, ela se refere a todo tipo de trabalho (do campo, dos lixões, das minas, etc) que acaba como sinônimo de alienação de vida, tanto pela divisão social do trabalho, pela perda de controle do trabalhador sobre o próprio trabalho, quanto pela desqualificação das tarefas. Finaliza, portanto, reconhecendo estas como formas de trabalho que se constituem num princípio educativo às avessas, deformador e alienador.

No terceiro e último tópico: O trabalho como princípio educativo, a autora defende que os seres humanos agem por meio de mediações, de recursos materiais e espirituais que eles implementam para alcançar os fins desejados. Assim, o homem em sua relação de reciprocidade com a natureza não pode tornar o trabalho como um emprego (meio de subsistência). O trabalho não pode se configurar em tarefas alienantes e alienadas, visto o ser humano ser dotado de inteligência e de intencionalidade em suas ações.

A autora defende que para o trabalho ser um princípio educativo ele precisa ser tratado como uma relação de criação, do homem com a natureza, numa performance de produção da existência humana. Ou seja, o trabalho encarado como atividade de autodesenvolvimento físico, material, cultural, social, político, estético, como manifestação de vida.

Bibliografia
CIAVATTA, Maria. Trabalho como princípio educativo na sociedade contemporânea. In: TV Escola, Salto para o Futuro. Boletim 17, set. 2005. Programa 5.

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